Transporte inadequado de animais também representa risco no trânsito 24q2q
Multas, estresse e até sinistros de trânsito: profissionais explicam como transportar pets e animais de produção com segurança 6k1pv

Durante o Maio Amarelo — mês de conscientização para a segurança viária — um tema muitas vezes negligenciado ganha destaque: o transporte seguro de animais no trânsito. Cães, gatos e até animais de produção, quando transportados de forma inadequada, podem colocar em risco a segurança dos ocupantes do veículo, dos próprios animais e de terceiros. O alerta é do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo.
Apesar de o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) não tratar especificamente do transporte de animais de estimação, ele prevê penalidades nos artigos 235 e 252 para condutores que levem cargas, pessoas ou animais soltos na parte externa do veículo ou entre os braços e pernas do motorista. As infrações vão de médias a graves, com multas que variam de R$ 130,16 a R$ 195,23, além da perda de 4 a 5 pontos na carteira de habilitação.
Transporte irregular de animais: dados preocupam 32i54
Conforme o CRMV-SP, somente na capital paulista, o Detran-SP registrou 610 multas em 2024 relacionadas ao transporte irregular de animais. Esse número pode ser ainda maior, já que não inclui autuações feitas por órgãos como a CET, DER e PRF.
Além disso, o Comando de Policiamento Rodoviário da PM de São Paulo contabilizou 145 infrações, entre janeiro e abril de 2025, por transporte de animais no colo ou à esquerda do motorista — uma prática arriscada e proibida por lei.
Transporte de pets: segurança começa no preparo 3u342l
Levar animais soltos no carro — especialmente no colo — pode resultar em distrações perigosas, dificultar a reação do condutor e provocar acidentes. Para evitar riscos, a médica-veterinária Barbara Catharina Hellebrekers, membro da Comissão Técnica de Animais de Companhia do CRMV-SP, recomenda treinar os pets desde filhotes para se adaptarem à caixa de transporte ou ao cinto de segurança apropriado.
“Desde filhote, o animal deve ser treinado para usar a caixa de transporte ou o cinto de segurança apropriado. Mesmo com esse preparo, alguns apresentam cinetose (enjoo de movimento) e podem precisar de medicação antiemética — sempre sob orientação de um médico-veterinário — para viajar com conforto e segurança”, explica Hellebrekers.
Vai pegar estrada? Fique atento aos sinais do seu pet 6u21g
Mesmo em trajetos curtos, os animais podem sofrer com estresse e desconforto. A veterinária destaca a importância de observar o comportamento do pet durante o percurso.
“Muito choro e agitação são sinais de que algo está errado e o animal de companhia deve ser avaliado, buscando saber se tem sede, fome, se precisa defecar ou urinar, ou ainda se está com calor ou frio.”
Os gatos, por sua vez, costumam apresentar sinais mais sutis e intensos de estresse durante deslocamentos. O médico-veterinário Rodrigo Filippi Prazeres, também membro da Comissão Técnica de Animais de Companhia e especialista em felinos, alerta para os comportamentos típicos.
“O estresse nos gatos pode se manifestar por vocalização excessiva, salivação, tremores, respiração ofegante, eliminação involuntária de urina ou fezes, além de tentativas de fuga dentro da caixa de transporte. Já o enjoo pode provocar salivação intensa, vômito, apatia e até imobilidade.”
Segundo Prazeres, os gatos são mais sensíveis a mudanças de ambiente, ruídos e movimentos inesperados, o que pode tornar a viagem especialmente desconfortável para eles.
Transporte de animais de produção também exige cuidados 665is
Não são apenas os pets que exigem atenção. O transporte de animais de produção, como bovinos, equinos e suínos, é regulado pela Resolução nº 791/2020 do Contran, que estabelece regras obrigatórias para garantir o bem-estar e a segurança desses animais durante o deslocamento.
De acordo com a norma, o veículo utilizado no transporte deve:
- Ser resistente e compatível com o peso e os movimentos dos animais;
- Ter piso antiderrapante;
- Exibir na parte traseira da carroceria um telefone de emergência visível.
A responsabilidade pelo cumprimento dessas exigências é compartilhada entre o motorista, o proprietário do veículo e o dono da carga viva. Todos podem ser responsabilizados em caso de irregularidades ou violações de leis ambientais e sanitárias.
Maio Amarelo: movimento global pela segurança no trânsito 2s581k
Criado com base em uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU), o Maio Amarelo surgiu em 2011 com a meta de reduzir pela metade as mortes no trânsito até 2020. No Brasil, o movimento começou em 2014, com coordenação do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV).
Desde então, a campanha vem mobilizando governos, empresas e a sociedade para promover uma cultura de respeito e responsabilidade nas vias, lembrando que segurança no trânsito também inclui o cuidado com os animais.
As informações são da Comunicação CRMV-SP