Atlas da Violência 2025: violência no trânsito cresce e mortes de motociclistas disparam no Brasil 5oy26
O estudo trouxe à tona uma realidade alarmante: a violência no trânsito, que já é uma das maiores responsáveis por mortes no Brasil, está em ascensão. 24237

O Atlas da Violência 2025, divulgado na última segunda-feira pelo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em pareceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), trouxe à tona uma realidade alarmante: a violência no trânsito, que já é uma das maiores responsáveis por mortes no Brasil, está em ascensão. O estudo, que pela primeira vez incluiu uma análise detalhada sobre sinistros de transporte, revela que, embora as campanhas de segurança no trânsito, como a Década de Ação pela Segurança no Trânsito da ONU, tenham sido adotadas, os resultados ainda estão longe de alcançar as metas estabelecidas.
Entre 2010 e 2019, o Brasil registrou cerca de 392 mil mortes no trânsito — um aumento de 13,5% em relação à década anterior. Mesmo com esforços globais para redução de mortes, como a campanha da ONU, o país enfrentou um crescimento de 2,3% na taxa de mortalidade por 100 mil habitantes. No início da segunda década da campanha (2020-2023), o cenário continua preocupante, com números de mortes no trânsito em constante elevação.
Desigualdade regional e os desafios de cada estado 3u5i4x
Os dados também revelam uma desigualdade regional alarmante. O Brasil enfrenta uma verdadeira disparidade na taxa de mortalidade no trânsito. Enquanto o Amapá registra apenas 9,7 óbitos por 100 mil habitantes, Tocantins alcança 33,9 — a maior taxa do país. As regiões Centro-Oeste e Sul enfrentam os índices mais elevados de mortes no trânsito, enquanto o Sudeste apresenta os menores números.
Em comparação com a análise dos últimos cinco anos, apenas dez estados conseguiram reduzir os índices de mortalidade, com destaque para Rio Grande do Norte (-23,5%), Distrito Federal (-16,1%) e Ceará (-15,8%). Por outro lado, estados como Rondônia (+40,2%), Bahia (+27,3%) e Amapá (+24,4%) tiveram aumentos preocupantes nas mortes no trânsito.
Motocicletas: o maior foco de mortes no trânsito 6v6i66
Um dos problemas mais graves identificados pelo estudo é o papel das motocicletas nas fatalidades. Em 2023, o Piauí registrou que quase 70% das mortes no trânsito ocorreram por sinistros com motos. Em sete estados, esse número ultraou 50%.
A disparidade entre os estados é notável. Enquanto no Amapá, no Distrito Federal e no Rio de Janeiro as taxas de mortalidade em sinistros com motocicletas são de cerca de 2,4 por 100 mil habitantes, o Piauí lidera com 21,0, seguido por Tocantins (16,9) e Mato Grosso (14,7). Ou seja, um estado pode ter até nove vezes mais risco de morte em acidentes envolvendo motos do que outro.
O estudo mostra que a moto, que é uma importante fonte de trabalho e transporte para milhões de brasileiros, tornou-se também o maior responsável por tragédias nas vias brasileiras. Isso destaca a urgência de políticas públicas que conciliem segurança viária com a inclusão produtiva desses trabalhadores.
Retrocessos nas políticas públicas de segurança no trânsito 3x2k68
Além da alta nas mortes no trânsito, o Atlas da Violência 2025 aponta para retrocessos nas políticas públicas voltadas à segurança viária. O financiamento da segurança no trânsito foi prejudicado com cortes no Fundo Nacional de Segurança e Educação de Trânsito (Funset), que depende da arrecadação de multas. A redução da Cide-Combustíveis, que impactou investimentos em infraestrutura, reflete a falta de prioridade do governo para esse setor.
De acordo com o relatório, outro golpe significativo foi a extinção do seguro DPVAT. Ele oferecia indenização às vítimas de acidentes bem como ajudava a financiar o Sistema Único de Saúde (SUS). Embora um novo seguro tenha sido proposto, o SPVAT, ele foi revogado antes de entrar em vigor, deixando o SUS e as vítimas desassistidos.
A urgência de enfrentar o problema 3n231p
O Atlas da Violência 2025 serve como um alerta para o Brasil: não podemos mais ignorar a violência no trânsito. Com base nas análises feitas entre 2013 e 2023, o estudo reforça que as mortes no trânsito são evitáveis. Além disso, ações coordenadas — como investimentos em infraestrutura, fiscalização rigorosa, campanhas educativas e a melhoria das condições de trabalho e segurança dos motociclistas — são essenciais para reverter esse cenário.
O país precisa urgentemente priorizar a segurança no trânsito. Os dados apresentados no relatório exigem uma reflexão profunda sobre as escolhas políticas e a implementação de medidas eficazes. Combater a violência no trânsito é um o fundamental para garantir a vida e o bem-estar de todos os brasileiros.